25/08/2015 - Terça Feira
Compreender o
mal não o cura, mas, sem dúvida alguma, ajuda. Afinal, é muito mais fácil lidar
com uma dificuldade compreensível que com uma escuridão incompreensível. Carl
Jung
A medicina
moderna parte do pressuposto que a doença é algo vindo de "fora" do
homem, como conseqüência da ação de bactérias e microorganismos, ou então o
resultado de uma imperfeição da natureza, colocando, em ambos os casos, o
doente como uma vítima das circunstâncias.
Mas pela visão
holística da metafísica, esta é uma falha da abordagem tecnicista da doença. A
metafísica parte do princípio de que é o espírito que organiza a matéria e não
é o físico que cria a essência.
Metafísica
significa além da matéria (meta = além + física = matéria). Ela compreende o
homem como um todo (holos): o psíquico, emocional, energético, espiritual e
sentimental num movimento integrado.
Assim, a raiz
dos problemas físicos do homem está na sua atitude interna frente às situações
da vida. O posicionamento interior é que determina a saúde do corpo ou
desencadeia as suas doenças.
O doente não é
vítima inocente de alguma imperfeição da natureza ou de uma condição insalubre,
mas consciente ou não, é o co-criador da sua doença.
Um homem não
"pega" uma doença, ele "faz" a sua doença. Se, porventura,
podemos culpar bactérias ou toxinas que impregnam nosso corpo e ambiente,
podemos dizer também que todos os seres, de certa forma, estão expostos aos
mesmos germes e venenos.
Nosso mundo é
inteiramente insalubre e ao mesmo tempo inteiramente puro: nós atraímos a
insalubridade ou a pureza como reflexo do nosso interior. Recolhemos de fora
aquilo que, conscientes ou não, permitirmos levar para dentro.
O doente é
responsável pelos seus males. Os sintomas são, em última instância, a expressão
física dos conflitos internos e, através do seu simbolismo, têm a capacidade de
mostrar ao doente em que consiste seu desafio.
A vida
freqüentemente nos coloca em situações aparentemente repetidas. Isso acontece
para que possamos absorver delas o aprendizado. Enquanto “ele” não for
introjetado, seguirá ocorrendo “o mesmo filme”.
Sintomas,
portanto são partes da sombra da nossa consciência (e caos do inconsciente) que
se precipitam em forma física. A doença é uma verdadeira chamada para a expansão
da consciência.
Estamos
permanentemente "sedados", viciados nos automatismos emocionais e
físicos que impedem a percepção. Quando essa "dormência" torna-se
perigosa à evolução, surge a doença que, através dos seus sintomas, pretende
apenas nos "despertar".
A cura
verdadeira nunca virá de fora. Estamos permanentemente diante do resgate da
consciência. Todos os males são efeito da inconsciência. A cura do Homem não
está na medicina, mas sim na identidade com o seu Ser e sua evolução
espiritual.
Para que tal
aconteça a doença é um mestre. Trata-se da grande tarefa de despertar da nossa
identificação com o mundo da forma. O corpo está doente, mas para avisar que a
nossa parte “Não Visível” está sendo mal usada ou canalizada.
E nesse
processo, a doença e seus sintomas são um sinal, mostrando onde a
auto-expressão está bloqueada na superação dos percalços do caminho. Saber
interpretá-la no seu simbolismo pode ser a chave da verdadeira cura interior.
Livrar-se dos sintomas sem que se entenda ou se assimile a natureza da mensagem
trazida, só irá adiar o problema.
A medicina
moderna adquiriu uma enorme competência em eliminar a maioria dos sintomas
dando uma falsa noção de cura. A questão é que a supressão dos sintomas jamais
significará uma cura.
A cura só acontecerá
quando expandirmos a consciência.
Conceição Trucoma.